Provavelmente, nesta temporada já estou atrasada com minhas orientações, mas se alguém precisa estimular a germinação das sementes, este material é exatamente o que você procura.
As sementes germinam muito mais rápido se forem deixadas de molho. Isso é especialmente importante para plantas que demoram a germinar, como a salsa, a cenoura e muitas flores ornamentais. E se as sementes já têm algum tempo de armazenamento, a velocidade de germinação pode diminuir consideravelmente. Existe também uma crença (um tanto pseudocientífica) de que os plantios realizados durante a lua minguante podem atrasar, por isso, deixar de molho é essencial!
Por que deixar sementes de molho antes do plantio?
As sementes evoluíram por centenas de milhões de anos para sobreviver em condições extremas, como sob o sol escaldante, no frio intenso e até mesmo no trato digestivo de animais e pássaros. Mas, ao cair em nossos aconchegantes e quentes vasos, a semente nem sempre está pronta para germinar imediatamente (como o exemplo da lavanda, que precisa de estratificação).
Além disso, a planta possui um conjunto de “sensores” internos que detectam as condições ambientais. Um desses sensores é a umidade. Ao deixar as sementes de molho, sinalizamos para elas que as condições ideais para germinação chegaram.
Outra curiosidade interessante, que descobri recentemente (embora não consiga apresentar referências de pesquisa - confiei na palavra do autor), é que a semente contém inibidores de germinação. Esses inibidores impedem que o embrião dentro da semente brote antes que as condições sejam favoráveis. Esses inibidores são lavados da semente com o tempo, após o descongelamento natural do solo, mas podemos acelerar esse processo deixando as sementes de molho.
No geral, deixar sementes de molho não é obrigatório, mas facilita o controle de umidade no solo, sabendo que o processo de germinação já está em andamento. Em algumas ocasiões, passamos semanas esperando as primeiras folhinhas aparecerem, e nesse tempo, o substrato pode ser invadido por fungos ou, na falta de umidade, os brotos recém-germinados podem morrer antes mesmo de emergirem do solo.
Como deixar sementes de molho?
Para a maioria dos casos, basta água quente e sementes, sem necessidade de equipamentos adicionais. Apenas em situações específicas, a água pode ser acidificada para imitar o suco gástrico dos animais dispersores, prática usada para certas espécies vegetais raras. Para as plantas de jardim, muitos ainda recomendam a desinfecção com permanganato (entre 20 e 30 minutos em uma solução de cor rosa forte), mas geralmente isso é feito após o período de imersão.
Encha um recipiente com água quente (cerca de 50°C; algumas sementes podem suportar até água fervente, mas não é recomendável usar temperaturas acima de 70°C). Coloque as sementes de uma só espécie no recipiente e deixe “marinando” por não mais que 24 horas (para a maioria das sementes pequenas, 12 horas é o ideal).
As sementes maiores, com cascas particularmente rígidas, podem precisar de escarificação. Escarificação é o processo de danificar a superfície da semente, sem machucar o embrião dentro dela. Isso pode ser feito lixando a casca com uma lixa de unha, pressionando levemente com um alicate ou cortando suavemente a ponta com um alicate para cutículas. Eu mesma não costumo usar essa técnica, pois ainda não tive necessidade.
Sementes muito pequenas, como as de tomilho, também podem ser deixadas de molho e posteriormente:
Sementes microscópicas de lobélia
- removidas com uma colher pequena, ou
- passadas por um filtro de papel, ou
- despejadas junto com a água do recipiente diretamente no vaso ou canteiro.
Depois, são plantadas com toda a “turma” que ficou de molho. A taxa de germinação é excelente, como pode ser visto nas sementes de lobélia na foto.
Quanto a deixar as sementes de molho em substâncias imunomoduladoras, isso ainda é um tema controverso. No momento, estou coletando informações sobre o assunto, mas até agora só encontrei materiais publicitários.