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Plantas companheiras. Compatibilidade de plantas em estudos científicos

Há quem acredite que só é possível cultivar uma colheita de qualidade levando em consideração a compatibilidade das plantas – algo como um horóscopo agrícola que pode provocar um sorriso irônico. O plantio de plantas companheiras ou consorciação (intercropping) é uma prática amplamente difundida, mas ela é respaldada por estudos científicos? De onde vêm essas intermináveis listas e recomendações sobre quais vegetais devem ser plantados lado a lado?

Nenhum dos esquemas propostos, como “quais plantas plantar juntas”, possui base científica. Em sua maior parte, trata-se de mitos inventados para vender anúncios, livros ou promover ideias de figuras específicas. O melhor exemplo é o best-seller “As Cenouras Amam os Tomates” de Louise Riotte. O livro não contém nenhuma referência, e a maioria das combinações não tem sequer uma explicação lógica para funcionar – simplesmente funcionam. Apesar disso, essas afirmações foram repetidas milhões de vezes, multiplicando-se como memes em massa na era da internet.

Existem publicações científicas sobre o tema “o que plantar com o quê”, mas as combinações bem-sucedidas são pouquíssimas, o que é compreensível pelas leis da natureza (mais detalhes abaixo). A única exceção são as culturas de cobertura, como o trevo-branco, cujo impacto positivo é inegável (7).

O que os cientistas esperam dos plantios diversificados?

Controlar pragas e reduzir a carga infecciosa são os principais objetivos da combinação de plantas (1). E somente por esse caminho indireto se alcançam melhorias na qualidade e quantidade da colheita, reduz-se a dependência de pesticidas e protegem-se os polinizadores e predadores.

Na prática agronômica, não existe o conceito de “amor” entre cenouras e tomates (Carrots Love Tomatoes, Louise Riotte, 1975). Pelo contrário:

A interação entre plantas sempre resulta em competição, às vezes moderada – nesse caso, há alguns benefícios do convívio. Mas, frequentemente, a disputa por recursos reduz significativamente a produtividade de ambas as plantas companheiras.

Por isso, é necessário um planejamento cuidadoso ao escolher as vizinhanças das plantas, compreendendo os mecanismos e objetivos que justificam tais mudanças no cultivo.

Agricultura diversificada no quintal. Já estamos praticando?

Nossos quintais e hortas de 500-700 m² já são um sistema de plantios diversificados, pois, nessa área, cultivamos pelo menos 10 tipos diferentes de hortaliças, sem contar as ervas. Os lotes são, no melhor dos casos, separados por algumas trilhas estreitas e, quando o espaço é apertado, quase não há entrelinhas. A principal diferença entre o planejamento tradicional das hortas e os plantios diversificados “científicos” é a ausência de alternância de diferentes culturas na mesma fileira (5).

Uma das esquemas de plantios diversificados. Mais informações no link 2.

Principais tipos de distribuição das plantas companheiras:

  • Sem consideração de fileiras (geralmente usado para grãos)

  • Fileiras alternadas

  • Alternância de culturas na mesma fileira

  • Semeadura em etapas (um tipo é plantado antes do outro, de modo que seus ciclos de vida se sobreponham parcialmente)

Isso se parece bastante com a maioria das hortas e faz sentido, pois assim os riscos de perda de toda a colheita são reduzidos. Essa estratégia de reduzir riscos é a essência do sistema diversificado mais antigo, as “Três Irmãs”, que tem sido objeto de diversos estudos científicos (3). Vamos nos aprofundar no conceito das “Três Irmãs”.

O legado das “Três Irmãs”

As lendárias Três Irmãs dos povos indígenas da América do Norte e Central são o milho, as leguminosas e as abóboras. Os iroqueses praticavam o plantio conjunto dessas culturas e o associavam a práticas religiosas. Você provavelmente já leu sobre essa associação como o exemplo perfeito de uma combinação funcional de plantas companheiras.

Como o sistema deveria funcionar:

  • Os feijões encontram sustento no milho, escalando seus caules, e também proteção contra o vento.
  • A abóbora protege o solo do excesso de evaporação, sombreia as ervas daninhas e mantém as raízes das companheiras frescas.
  • Tanto a abóbora quanto o milho recebem uma parcela de nitrogênio fixado pelos simbiontes nas raízes das leguminosas.

Bonito, simples, lógico. Agora os fatos:

  1. O plantio integrado exigia menos tempo e esforço do que a semeadura de monocultura. Essa combinação de hortaliças não era praticada para aumentar a produtividade, pois não há evidências de correlação entre maior rendimento e plantio consorciado.
  2. As Três Irmãs eram cultivadas em montículos ou em terrenos não cultivados, o que aumentava significativamente as chances de uma colheita adequada. A área era utilizada por dois anos consecutivos e, nos oito anos seguintes, a terra descansava, sendo coberta por vegetação natural.
  3. Reconstruções modernas do sistema das Três Irmãs mostram que a produtividade do milho não diminui na presença do feijão e da abóbora, mas abóbora e feijão perdem bastante rendimento em comparação ao cultivo em monocultura. A combinação era usada somente quando a cultura principal era o milho, não o feijão ou a abóbora. Cada uma das culturas também era cultivada isoladamente de tempos em tempos.
  4. As variedades históricas de milho, feijão-de-vagem e abóbora de inverno têm muito pouco em comum com os híbridos modernos criados para a agricultura intensiva. Atualmente, seguidores desse sistema plantam milho doce, feijão-vagem e abóbora-moranga.

A tabela mostra a diferença de produtividade no sistema das “Três Irmãs” em comparação ao cultivo de cada planta em monocultura. O link para o artigo original está no final (3).

O que há de errado com a explicação tradicional do sucesso das “Três Irmãs”?

O feijão compartilha nitrogênio com o milho e a abóbora. É verdade que as leguminosas fixam nitrogênio do ar, mas esse nitrogênio quase não é transferido para o solo ao redor das plantas leguminosas. Ele é usado principalmente pela planta para seu próprio desenvolvimento e produção de sementes. O milho não recebe nitrogênio diretamente das leguminosas vizinhas.

A abóbora evita a desidratação do solo. Embora realmente sombreie o solo, ela também precisa de rega e compete por água com o milho e o feijão. O uso de cobertura morta parece ser uma solução mais sensata do que plantar um competidor.

Então, por que a prática foi adotada? Muito provavelmente porque esse sistema policultural sustentava mais pessoas por hectare em comparação ao monocultivo:

Com as “Três Irmãs”, os agricultores obtinham, aproximadamente, a mesma quantidade de carboidratos que conseguiriam com o milho isolado, mas significativamente mais proteína graças ao feijão e à abóbora. Esse é o verdadeiro valor das “Três Irmãs” – o sistema oferece uma dieta mais equilibrada do que as plantas cultivadas separadamente.

Abaixo estão alguns dos exemplos mais populares de “quais plantas combinar” e os dados científicos sobre isso.

Tomate e manjericão: uma combinação perfeita? Ou não é bem assim?

Depois das “Três Irmãs”, a combinação mais popular na horta é tomate e manjericão. Em uma tese de 2004 de Michael K. Bomford, da West Virginia University (2), foi estudado o efeito do plantio conjunto dessas culturas. A principal conclusão da pesquisa se aplica à maioria das interações entre plantas:

Espécies dominantes com forte competição intrapopulacional sempre se desenvolvem melhor quando plantadas junto com outras espécies. A competição intrapopulacional é substituída por uma interação competitiva mais fraca entre espécies diferentes (Joliffe e Wanjau 1999).

Neste caso, o tomate é a espécie dominante.

Não foram confirmadas as hipóteses de que tomates cultivados próximos ao manjericão ficam menos doentes ou que seus frutos se tornam mais saborosos e aromáticos. Por outro lado, a proximidade do tomate inibe o crescimento do manjericão e provoca sua floração precoce. Quanto mais próximo o manjericão estiver do tomate, pior será a circulação de ar na base das plantas, dificultando a poda e a amarração do tomateiro.

No método de plantio alternado, a distância ideal entre as plantas era de 25 a 40 cm, o que economiza espaço, pois a distância mínima recomendada entre tomateiros em monocultura é de 50 cm.

Os melhores vizinhos na horta: endro e coentro

Endro e coentro em flor atraem predadores naturais e polinizadores para o jardim de forma muito eficaz. A eficácia dessas ervas tem sido tema de várias teses e pesquisas de campo.

Como funciona. As larvas e ovos de muitos pragas são resistentes aos inseticidas amplamente usados, e os alvos vulneráveis tornam-se inacessíveis após entrarem nos frutos. Com esses tipos de praga, apenas predadores, como joaninhas, crisopídeos, moscas-das-flores, vespas parasitoides e alguns tipos de ácaros e percevejos predadores, podem lidar de forma eficaz. O endro e o coentro aumentam as chances de sobrevivência desses insetos benéficos, pois suas flores oferecem néctar e pólen de fácil acesso, mesmo para polinizadores não especializados. Esses predadores encontram refúgio, alimento adicional e locais de reprodução no entorno dessas plantas.
Aumentar o número de insetos benéficos com plantações complexas não atinge aplicação comercial (como observado em vários estudos), mas permite reduzir o uso de inseticidas (especialmente piretroides sintéticos, que matam os combatentes de pulgões), o que já é uma vantagem significativa. Além disso, pode-se limitar a aplicação de substâncias mais seguras para joaninhas, embora menos eficientes, como os avermectinas. Aliás, vários estudos registraram uma redução acentuada nas populações de pulgões em campos com plantações de erva-doce e hortaliças. É importante manter o florescimento das plantas companheiras, por isso a semeadura foi realizada três vezes durante a temporada.

Gosto da ideia de usar erva-doce como planta companheira: pode-se cortar ramos sem mexer no caule (deixando-o florescer); cultivá-lo como cobertura do solo com mínima evaporação de umidade; ele não sombreia a cultura-alvo e tem baixos requisitos de fertilização (é um concorrente fraco por recursos)(8,9).

Alergia das nematoides a cravos-de-defunto

O plantio de cravos-de-defunto para repelir nematoides radiculares está no auge da popularidade. No entanto, cravos-de-defunto quase não liberam no solo substâncias (piretro e tiopeno) que matam nematoides – elas morrem apenas ao se alimentar das raízes da flor, desde que se escolha a espécie correta de cravo-de-defunto (Tagetes spp. em vez de Calendula spp.).

Exemplos de plantio de cravos-de-defunto nos canteiros

O cheiro dos cravos-de-defunto repele pragas? Os piretroides nos inseticidas são centenas de vezes mais concentrados do que nos cravos-de-defunto, mas pulgões, lagartas do repolho, cigarrinhas, percevejos e ácaros se alimentam das plantas tratadas sem qualquer resistência (embora por um curto período).

Então, uma planta pode beneficiar outra?

De uma forma ou de outra, todas as plantas, sejam monoculturas ou plantações complexas, competem por recursos, o que resulta em prejuízo para os perdedores. Não faz sentido planejar plantações complexas e densas esperando maior produtividade de todos os participantes do experimento – isso não acontece. Por outro lado, manter distâncias razoáveis entre as plantas não difere em nada do planejamento convencional de plantio. Mesmo que os companheiros não competam por luz e não sombreiem a cultura-alvo, as plantas reagem ao reflexo de comprimentos de onda específicos no espectro vermelho originados pelos vizinhos – esse é o primeiro sinal de competição, resultando no alongamento dos entrenós (um resultado de estudos opto-biológicos)(4).

Proteção e suporte físico. Não se pode negar que arbustos protegem delfínios altos e frágeis contra o vento, assim como o milho serve de “escada” e apoio para feijões trepadores e pepinos.

Armadilha para pragas. Determinadas plantas são usadas para atrair pragas, desviando-as das plantas companheiras (exemplo: avelã e besouros-de-maio). Muitas vezes, essas plantas-isca funcionam como um ímã para insetos de toda a região, o que pode levar a um maior número de pragas em seu jardim do que antes do plantio da isca. Uma sugestão inteligente seria recomendar ao vizinho que plante a armadilha – assim, haverá menos infestação no seu terreno.

A mostarda-armadilha protege o repolho das pulgas crucíferas. Diversidade por design: usando culturas-armadilha para controlar as pulgas crucíferas.

Nem todos os insetos dependem de visão ou olfato. Os mesmos pulgões e moscas-brancas generalistas reagem ao espectro refletido e não à aparência externa da planta hospedeira. Eles são especialmente atraídos pelo tom verde-amarelado (característico de plantas de repolho) refletido pelas folhas. Além disso, muitos desses insetos voam mal e acabam pousando em plantas ao acaso, levados pelo vento (os tripes compartilham essa característica). Após o pouso, começa o processo de reprodução. Se a planta-isca não for tratada com pesticidas, a praga se reproduz com sucesso nela e depois procura uma nova planta hospedeira. E se a armadilha for uma planta em flor? Corremos o risco de envenenar as abelhas indiretamente.

Os resultados de experimentos com plantas-armadilha nem sempre são impressionantes (discutidos em detalhes aqui: Intercropping and Pest Management: A Review of Major Concepts - Hugh Adam Smith and Robert McSorley). Para que o método funcione, de 10% a 50% da área deve ser dedicada às culturas intermediárias de distração, que também precisam de irrigação. A ideia é boa, mas surgem muitas dúvidas.

Melhoria das condições de crescimento. A planta A pode alterar o ambiente para a planta B. O tomate oferece sombra à alface; a abóbora cobre o solo, reduzindo o crescimento de ervas daninhas. É fácil compreender e aceitar o fato de que plantas modificam o ambiente ao seu redor. No entanto, extrapolar isso para afirmar que a planta companheira melhora o crescimento é uma lógica equivocada.

Atração de polinizadores e predadores. Pragas também se alimentam de néctar, algo a se considerar. Mesmo aqui, não há um benefício claro para as plantas parceiras.

Alyssum em plantações de morangos serve como planta hospedeira para ácaros Orius, usados no combate aos tripes.

Repelir pragas. Alguém inventou e difundiu a ideia de que as borboletas-da-couve e formigas evitam hortelã, e que o besouro-do-colorado não tolera calêndula. Isso são mitos prejudiciais. Formigas pastam na hortelã em busca de exsudatos doces nas pontas das folhas. Além disso, o aroma penetrante de óleos essenciais da planta atrai formigas de grandes distâncias.

A hortelã pode funcionar apenas como isca para posterior eliminação. Infelizmente, ainda não encontrei um bom método para afastar formigas sem medidas drásticas. E sim, o besouro-do-colorado não come cravos-de-defunto, mas percebe facilmente o cheiro das batatas ao sobrevoar os canteiros. A calêndula não o impede de infestá-las. No entanto, será que a “cerca” de flores não prejudica o cultivo das batatas? Plantas companheiras compartilham nutrientes. Um exemplo clássico, que nunca é colocado em dúvida, é o das leguminosas, cujos simbiontes radiculares conseguem captar nitrogênio do ar e compartilhá-lo com a planta em troca de açúcares. Por muito tempo, acreditava-se que esse nitrogênio chegaria à zona radicular, alimentando, assim, as plantas vizinhas. No entanto, estudos de campo comprovaram que as bactérias nodulares liberam uma quantidade insignificante de nitrogênio; quase tudo é utilizado para o crescimento e desenvolvimento da planta hospedeira. Mesmo após a decomposição da folhagem, não há mais nitrogênio liberado no solo que o encontrado em plantas que não pertencem à família das leguminosas.

Acredita-se que plantas com sistemas radiculares profundos tragam nutrientes para as camadas férteis do solo. Essa teoria também não foi confirmada. Talvez valha a pena elaborar um material específico sobre isso, já que existem estudos científicos fascinantes sobre “acumuladores dinâmicos” entre as plantas.

Supressão de ervas daninhas. É importante entender o mecanismo por trás dessa supressão. Se uma planta é tão competitiva a ponto de não dar chance nem mesmo às ervas daninhas mais resistentes, será que essa companheira não acabará competindo com a planta cultivada?

Vale a pena experimentar o cultivo conjunto?

Somente se essa parceria não dificultar o cuidado com as plantas nem exigir esforços adicionais para planejar os canteiros. Siga o bom senso e lembre-se de que não existem altruístas entre as plantas.

1. Litsinger and Moody 1976; Perrin 1977; Kass 1978; Perrin and Phillips 1978; Altieri and Letourneau 1982; Andow 1983, 1991a ; Risch et al. 1983; Vandermeer 1989; Altieri 1994

2. YIELD, PEST DENSITY, AND TOMATO FLAVOR EFFECTS OF COMPANION PLANTING IN GARDEN-SCALE STUDIES INCORPORATING TOMATO, BASIL, AND BRUSSELS SPROUT Michael K. Bomford https://orgprints.org/6614/1/6614.pdf

3. Food Yields and Nutrient Analyses of the Three Sisters: A Haudenosaunee Cropping System ­Jane Mt.Pleasant

4. Ballare, C. L., Scopel, A. L., & Sanchez, R. A. (1990). Far-Red Radiation Reflected from Adjacent Leaves: An Early Signal of Competition in Plant Canopies. Science, 247(4940), 329–332.

5. Intercropping and Pest Management: A Review of Major Concepts Hugh Adam Smith and Robert McSorley

6. Theunissen, J., Booij, C. J. H., & Lotz, L. A. P. (1995). Effects of intercropping white cabbage with clovers on pest infestation and yield. Entomologia Experimentalis et Applicata, 74(1), 7–16.

7. Intercropping in Field Vegetables as an Approach to Sustainable Horticulture Jan Theunissen Research Institute for Plant Protection (IPO-DLO), Binnenhaven 5, 6700 GW Wageningen, Netherlands

8. Investigating the Effects of Companion Plantings on Predation of European Corn Borer Eggs in Bell Peppers George C. Hamilton

9. Ransgressive yielding in bean: Maize intercrops; interference in time and space International Center for Tropical Agriculture (CIAT), Cali Columbia
Accepted 23 November 1984, Available online 25 June 2003.

Intercropping de maneira positiva (sem comprovação científica, artigo descritivo em Agriculture Specialist) Companion Planting & Botanical Pesticides: Concepts & Resources By George Kuepper
and Mardi Dodson 2016

Compilado de contos do livro Riot da Universidade de Cornell (com referência ao livro, mas sem menção a estudos) Cornell Cooperative Extension provides Equal Program and Employment Opportunities counties.cce.cornell.edu/chemung

Seleção de artigos sobre cultivo de companheiros (principalmente cereais) no site do sciencedirect (use o Sci-Hub para acessar textos completos) https://www.sciencedirect.com/topics/agricultural-and-biological-sciences/companion-planting

Linda Chalker-Scott, Ph.D., Extension Horticulturist and Associate Professor, Puyallup Research and Extension Center, Washington State University The Myth of Companion Plantings

Análise de mitos da jardinagem por professores da Washington State University https://puyallup.wsu.edu/lcs/

Obrigado pela atenção!

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